Autor(a): Cristiano Sanches Alves
Orientador(a): Prof. Dr. Paulo Eduardo Benzoni
Data: 17/06/2024
Resumo: A relação indivíduo-trabalho, sobretudo relacionada com a cultura organizacional, tem sido fonte de grande preocupação. Dessas considerações, entendeu-se que se fez necessário a compreensão multifatorial da questão saúde mental e trabalho que envolve, entre outras variáveis, a boa integração do indivíduo com a cultura organizacional por meio da comunicação organizacional. Objetivou-se, nesse relato de experiência, analisar o alcance de uma ação de comunicação organizacional por meio do endomarketing, fundamentada na Psicologia Cognitiva-Comportamental e voltada a geração de mudanças culturais, promoção da civilidade no ambiente de trabalho, melhor autogerenciamento do estresse e, consequentemente, promoção da saúde mental. É relatada a experiência de uma intervenção realizada em um hotel no interior de São Paulo. A intervenção compreendeu três etapas subsequentes: 1) teste para diagnóstico organizacional por meio de instrumentos quantitativos (IBACO – Inventário Brasileiro de Cultura Organizacional, IPEEB – Inventário de Percepção de Estresse e Estressores de Benzoni, ECT – Escala de Civilidade no Trabalho e ESIT – Escala Simples de Incivilidade no Trabalho); 2) intervenção por meio de uma campanha de endomarketing e 3) reteste para identificação do alcance da intervenção, com os mesmos instrumentos utilizados na fase de teste. A campanha de endomarketing balizou-se nos resultados destacados no diagnóstico e foi realizada por meio de quatro cartazes A4 e quatro disparos de e-mails marketing, para os trabalhadores. Para verificar o alcance, foram analisados os dados de 21 funcionários que responderam os instrumentos na fase de diagnóstico, com 10 que responderam os mesmos instrumentos na fase de reteste. Referente à cultura organizacional, os resultados comparativos das fases de teste e reteste mostraram que os percentuais de percepção de valorização do Profissionalismo cooperativo, Satisfação e bem-estar dos empregados, Recompensa e treinamento e Promoção do relacionamento interpessoal apresentaram percentuais maiores de valorização após a ação de endomarketing; quanto à percepção de estresse e estressores, não houve diferenças significativas nos fatores avaliados, entre o teste e o reteste, porém, observou-se que todos os fatores avaliados se mostraram com um percentual inferior de pesquisados com percepção de estresse acima da média populacional, bem como um percentual maior de pesquisados dentro da média no reteste. Especial atenção dá-se aos itens do IPEEB que se mostraram com queda significativa (p ≤ 0,05) do teste para o reteste, sendo esses: Observo um desânimo geral nas pessoas onde trabalho (Teste = 1,48 e Reteste = 0,50), Fico remoendo os problemas o tempo todo (Teste = 1,52 e Reteste = 0,90) e Minha vida pessoal está muito desorganizada (Teste = 1,33 e Reteste = 0,40). A avaliação de incivilidade no trabalho, medida pela ESIT, apresentou redução em todos os itens, porém, sem apresentar diferenças significativas. Os resultados apontaram para um alcance positivo da ação de endomarketing realizada, proporcionando diretrizes importantes para futuras ações do gênero.
Palavras-chave: Estresse; Comunicação Organizacional; Saúde Mental; Endomarketing.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental do adulto nos diferentes contextos institucionais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Autor(a): Juliana dos Santos Shikanai
Orientador(a): Profa. Dra. Angela Cristina Pontes Fernandes
Data: 21/06/2024
Resumo: O caráter disruptivo da situação de violação de direitos na infância repercute no processo de desenvolvimento cognitivo e psicossocial do sujeito acometido, com impacto ao longo de sua vida. Este estudo tem como objetivo investigar o perfil neuropsicológico de crianças em situação de acolhimento institucional, em uma instituição do interior paulista. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e com coleta de dados. A amostra, selecionada por conveniência, foi composta por 5 (cinco) crianças, entre 8 e 12 anos, atendidas pela instituição Associação Bethel Casas Lares, no período de setembro a dezembro de 2024, que passaram por avaliação neuropsicológica. Foram utilizados os instrumentos NEUPSILIN-INF e SSRS. Métodos de estatística descritiva foram utilizados para a descrição e organização dos dados obtidos. O tempo de institucionalização dos participantes avaliados variou de 1 a 7 meses, por motivos de: incapacidade parental em exercer o cuidado; abuso de drogas ou problemas mentais; violência e situação de rua. Os resultados obtidos demonstraram a preservação de alguns domínios cognitivos (Atenção, Percepção visual, Memória e Linguagem Oral), mas o comprometimento de importantes funções como Orientação, Linguagem Escrita e Habilidades Aritméticas. Houve a percepção de um adequado repertório geral de habilidades sociais pelos educadores, mas indicadores de alterações comportamentais extermalizantes. Destaca-se a necessidade de um olhar cuidadoso sobre o desenvolvimento cognitivo e comportamental de crianças acolhidas, como forma de garantir a singularidade do atendimento, com vistas ao pleno desenvolvimento desta população, preservação e fortalecimento dos vínculos familiares, auxílio na desinstitucionalização, e no acompanhamento posterior.
Palavras-chave: Acolhimento Institucional; Avaliação Neuropsicológica; Desenvolvimento Infantil.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental e os diferentes contextos institucionais de desenvolvimento da criança e do adolescente.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Autor(a): Mariana de Fátima Camila Nascimento Ono Reveles
Orientador(a): Profa. Dra. Selma Aparecida Geraldo Benzoni
Data: 21/06/2024
Resumo: Na teoria do apego de Bowlby, o bebê precisa de um adulto para sobreviver e necessita da proximidade desse adulto para obter segurança e conforto, o que impacta no seu desenvolvimento físico e emocional. A mulher, normalmente, é quem presta o cuidado, no entanto, com a sua entrada no mercado de trabalho associada ao apreço pela profissão, estas passaram a acumular funções. Busca-se verificar se há relação entre o estilo de apego geral da gestante, com pessoas da família de origem, com o companheiro e o apego materno-fetal no terceiro trimestre e se há uma interferência do estilo de apego na relação com o trabalho e à maternidade. Para tanto, foi realizada uma pesquisa clínico-qualitativa e exploratória com três gestantes, primigestas, no terceiro trimestre de gestação, com ensino superior completo, que trabalhassem atualmente de forma autônoma e não apresentassem quadro psiquiátrico atual. Foram usados como instrumentos de pesquisa entrevistas semiestruturadas (inicial e no puerpério), ECR-RS, MFAS, e desenho-estória temático. Os resultados encontrados apontaram que as gestantes com apego seguro tiveram níveis de apego materno-fetal mais altos que a gestante com apego inseguro temeroso e, com relação ao trabalho, duas gestantes seguiram a profissão e uma voltou para a atividade laboral anterior após finalizar a graduação, as três participantes se programaram para interromper a atividade laboral no puerpério, porém, dentro deste período, uma delas precisou retornar ao trabalho mais rápido, um mês após o parto, sendo a única com apego inseguro e que não vive com o companheiro, apresentando ansiedade e acúmulo de papéis. As outras duas, com apego seguro, retornaram ao trabalho após o segundo mês do bebê de forma gradual e contando com o apoio dos companheiros e uma delas da família de origem. Todas as participantes mostram que a relação com o bebê no puerpério foi prioridade, isto é, a relação mãe-bebê se sobrepõe a relação de conjugalidade e ao trabalho; e todas necessitaram de rede de apoio.
Palavras-chave: Estilo de apego; Gestação; Trabalho autônomo; Bowlby.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental do adulto nos diferentes contextos institucionais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Autor(a): Vanessa Adriene de Sales
Orientador(a): Profa. Dra. Isabel Cristina Carniel
Data: 21/06/2024
Resumo: As Unidades Básicas de Saúde (UBS) configuram-se como uma das portas de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), que é considerado uma das maiores conquistas Brasileiras até o momento. Dentre os profissionais que constituem a UBS, encontra-se o psicólogo, que realiza atendimentos individuais, em grupo, visitas domiciliares, atendimentos em outras instituições, dentre outros. Atualmente, é possível afirmar que existe um alto número de encaminhamentos de crianças e adolescentes com sintomas ansiosos e depressivos para a UBS, no entanto, quando chamados para o acompanhamento psicológico, eles não aderem às propostas disponíveis. Em contrapartida, após acolhimentos realizados pela autora deste estudo em uma Escola Estadual no interior do estado de Minas Gerais, notou-se que os adolescentes participaram dos atendimentos de maneira expressiva. Com isso, o objetivo da pesquisa qualitativa exploratória e de campo em questão é compreender, após a realização de alguns grupos operativos em psicoterapia com adolescentes, se a experiência de ter um espaço no interior de uma Escola Estadual para falar sobre as questões que permeiam a existência foi significativa. A pesquisa só foi iniciada após a aprovação do comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Paulista de Ribeirão Preto e após a assinatura do Termo de Assentimento pelos adolescentes e do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos responsáveis. Os dois grupos com os adolescentes foram realizados na própria escola, em um local reservado, podendo contar com no máximo 10 alunos por grupo, estando estes livres para saírem quando quisessem, compreendendo que se tratava de um grupo aberto. A metodologia utilizada para a coleta de dados se apoiou na psicologia social argentina, inserindo-se no campo das propostas qualitativas. Para este estudo foram realizados 4 encontros grupais com a tarefa em psicoterapia e 1 último encontro em grupo com a tarefa avaliativa. Para a avaliação, foi utilizada uma entrevista não diretiva que contou com uma questão norteadora: “Como foi para vocês ter esse espaço na escola para falar sobre suas questões?”. Posteriormente, foi realizada a análise temática dos dados propostas por Minayo (1999), que possibilitou o encontro de alguns temas para discussão. Os temas foram subdivididos em três grandes grupos, sendo: grupo operativo avaliativo com o ensino fundamental, grupo operativo avaliativo com o ensino médio, e os limites e alcances da experiência de grupo, este último constituído por temas em comum de ambos os grupos, fundamental e médio. Após a análise e interpretação do material, observou-se a relevância do trabalho, pois os adolescentes demonstraram interesse em participar dos grupos, compartilharam suas experiências e vivências. Ademais, o trabalho possibilitou a identificação de alguns limites, como a não autorização dos responsáveis e questões que envolvem aspectos políticos. Nota-se a contribuição da pesquisa para adolescentes, instituição escolar e sociedade em si, contribuindo para um conhecimento mais abrangente na área da adolescência.
Palavras-chave: Unidade Básica de Saúde; Adolescentes; Grupo; Escola; Fenomenologia.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental do adulto nos diferentes contextos institucionais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Autor(a): Veridiana de Figueiredo Falleiros Padula
Orientador(a): Profa. Dra. Isabel Cristina Carniel
Data: 20/06/2024
Resumo: O estudo aborda as complexas experiências de indivíduos que sobreviveram a tentativas de suicídio, pelo olhar de profissionais da saúde que relatam também seus enfrentamentos. Inspirado pela ontologia de Martin Heidegger, discute-se a contemporânea positividade tóxica, em meio à chamada "era da técnica". O principal objetivo deste trabalho é investigar as vivências de pessoas que tentaram suicídio pelo olhar e cuidados de psicológicos, recebidos sob abordagem fenomenológica-existencial, como os profissionais influenciam os processos de enfrentamento e superação. Utilizando uma abordagem qualitativa, este estudo emprega a análise de conteúdo temática para examinar os dados obtidos por meio de entrevistas com duas perguntas: “Você já atendeu ou atende pessoas com ideação suicida? / Como você descreve que os atendimentos afetam sua vida profissional e pessoal?” com profissionais da psicologia que possuem experiência no atendimento a sobreviventes de tentativas de suicídio. A análise fenomenológico-existencial é adotada para interpretar os dados, alinhando-se à especialidade da autora e aos estudos recentes na área. Todas as entrevistas e procedimentos foram conduzidos seguindo rigorosamente as normas éticas pertinentes. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Paulista. Por meio da leitura fenomenológico-existencial dos dados coletados, buscou-se compreender as nuances das experiências relatadas pelos profissionais, assim como as percepções e sentimentos dos indivíduos que sobreviveram a tentativas de suicídio. Os resultados revelam uma gama de enfrentamentos e superações experimentadas por sobreviventes de tentativas de suicídio, relatadas por profissionais, além de seu próprio enfrentamento bem como destacam a importância de uma abordagem fenomenológico-existencial no atendimento psicológico. A discussão aponta para a necessidade de estratégias de cuidado que reconheçam a complexidade das experiências de vida e morte desses indivíduos, promovendo um atendimento mais humano e empático. Destaca-se a urgência em desenvolver estratégias de atendimento que sejam eficazes na promoção do bem-estar e na prevenção do suicídio.
Palavras-chave: Psicologia; Análise de Conteúdo; Ideação Suicida; Fenomenologia-existencial.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental do adulto nos diferentes contextos institucionais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Título: Criação e análise de um jogo de cartas para desenvolvimento da liderança não estressora
Autor(a): Andréa Richinho Silveira Cruz
Orientador(a): Prof. Dr. Paulo Eduardo Benzoni
Data: 05/12/2024
Resumo: O estresse ocupacional pode ser considerado um dos problemas mais significativos no contexto organizacional, capaz de afetar negativamente o potencial humano, inibir o desempenho e diminuir a capacidade de trabalho, podendo evoluir para problemas de saúde mental. Diante disso, as lideranças devem se preocupar não apenas em conduzir a equipe para alcançar objetivos, mas também preservar e promover a saúde mental no ambiente de trabalho. Nesse sentido, a figura do líder desempenha um papel fundamental. O presente projeto visa desenvolver e analisar um jogo de cartas como um instrumento de intervenção psicossocial para líderes, fundamentado nas teorias sobre liderança e estresse ocupacional, com o objetivo de promover atitudes saudáveis de liderança e melhorar a saúde mental no ambiente de trabalho. Na primeira etapa, foi realizado um grupo focal para levantar o conteúdo estressante dos líderes, no cotidiano, compreendendo, de forma mais aprofundada e in loco a manifestação do fenômeno estudado. Numa segunda fase foi feita a transcrição, tratamento dos dados levantados e avaliação qualitativa para a elaboração do jogo de cartas, de acordo com arcabouço teórico de liderança e estresse, em conjunto com o conteúdo levantado nos grupos. De posse desse material, foi elaborado o jogo, confeccionadas as cartas e aplicado em um grupo de 06 líderes de uma empresa, para sua análise. O resultado desse trabalho foi o desenvolvimento de uma ferramenta de intervenção em estresse e liderança, aplicado de forma simples e eficaz, tendo como resultado a diminuição do estresse na equipe de trabalho, melhoria na forma do exercício da liderança dos indivíduos participantes, diminuição das doenças relacionadas ao trabalho e de seus reflexos como afastamentos, absenteísmo e custo financeiro tanto para empresas quanto para funcionários.
Palavras-chave: Saúde mental; Estresse ocupacional; Liderança.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental do adulto nos diferentes contextos institucionais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Autor(a): Francisleine Gomes da Silva
Orientador(a): Profa. Dra. Lilian Cláudia Ulian Junqueira
Data: 17/12/2024
Resumo: Os serviços de atendimento de urgência, como as práticas de plantão psicológico, são importantes meios de acesso da comunidade à saúde mental. Entre as principais demandas apontadas pela literatura em plantão psicológico, destacam-se: cuidados paliativos, luto, tratamento de câncer, tratamento de síndromes genéticas e as demandas por apoio aos seus familiares, que necessitam de suporte e escuta durante todo o itinerário de tratamentos de saúde. O objetivo desta pesquisa foi compreender a continência de alívio das demandas de urgência percebidas por pacientes e familiares após passarem pelo plantão psicológico, avaliando a importância desta prática. A pesquisa utilizou uma metodologia qualitativa, fundamentada na cartografia para observação do contexto e constituição do campo interventivo, e na pesquisa-intervenção, com entrevistas fenomenológicas pré e pós-atendimento orientadas por questões norteadoras, além de registros em diário de campo para fundamentar as práticas observadas. Participaram desta pesquisa dez hóspedes de uma instituição de apoio e hospedagem às pessoas em tratamento de doenças crônicas no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto atendidos no plantão psicológico e aceitaram responder às entrevistas em questão: “O que te traz aqui e quais são as suas necessidades?” e “Como foi para você participar dos encontros de plantão psicológico?”. Como resultados foram construídas quatro categorias temáticas: existência e perdas; restrições do existir; suporte emocional e cuidado como processo de "pre-ocupação" com o porvir existencial. Os achados foram discutidos à luz da hermenêutica de Martin Heidegger. A prática do plantão trouxe abertura para a pessoa se perceber e fazer escolhas apropriadoras de cuidado emancipador, a partir da escuta de suas próprias angústias do adoecer e seu diagnóstico, podendo aliviar-se em perceber outras possibilidades de existir em sua totalidade para além do roteiro prescritivo do processo de adoecimento dos moldes biomédicos e também assim contribuindo para a ampliação do espaço de cuidado da hospedaria, legitimando-a como morada do cuidado e não mais somente uma hospedaria de pacientes em tratamento crônico. Resultou da pesquisa-intervenção, a construção do produto técnico-tecnológico PTT com o caminho metodológico para a implantação de serviços de acolhimento institucional, que podem ser ampliados para outras instituições de cuidado como: escolas, clínicas, hospitais, ambulatórios e unidades básicas de saúde com foco na promoção e prevenção da saúde mental comunitária.
Palavras-chave: Plantão psicológico; Fenomenologia; Cartografia; Pesquisa-intervenção.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental do adulto nos diferentes contextos institucionais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Autor(a): Jean Carlos Rodrigues Brustolin
Orientador(a): Prof. Dr. Paulo Eduardo Benzoni
Data: 17/12/2024
Resumo: A profissão de professor é reconhecida como uma das mais exigentes e desafiadoras, pois envolve lidar com pessoas em diferentes fases do desenvolvimento e com necessidades e perfis diversos. Além disso, os professores são frequentemente submetidos a uma grande carga de trabalho, que inclui planejamento de aulas, correção de trabalhos, acompanhamento dos alunos e participação em reuniões e atividades extracurriculares. Notou-se que esses fatores podem aumentar significativamente o estresse e o desgaste emocional desses profissionais. Assim, objetivou-se diagnosticar, analisar e intervir sobre o estresse de professores em uma escola pública de Roraima. Participaram deste projeto 11 adultos, todos professores da mesma escola pública do referido estado. Em uma primeira fase, foi realizado o diagnóstico da percepção de estresse por meio do Inventário de Percepção de Estresse e de Estressores de Benzoni (IPEEB). Em seguida, a partir de uma adaptação do Programa IRIS – Identificar, Ressignificar, Instrumentalizar e Superar – para grupos, fundamentado na abordagem cognitivo-construtivista, foi realizada a intervenção que compreendeu oito encontros, cada um deles baseado em um eixo temático. No intervalo entre o 7º e 8º encontro do programa, foi aplicado novamente o IPEEB como pós-teste. A intervenção, por ter sido realizada em grupo, permitiu aos participantes explorarem suas experiências e desenvolverem estratégias para enfrentar o estresse de maneira colaborativa. As atividades, que incluíram a estruturação de narrativas pessoais, a análise das esferas da vida cotidiana e o uso de metáforas simbólicas, mostraram-se eficientes para promover a reflexão e o gerenciamento do estresse. Observou-se que houve uma construção coletiva de significados e a interação espontânea se mostrou facilitadora da expressão das preocupações individuais e da elaboração de estratégias comuns. Os resultados se mostraram satisfatórios, pois todo o processo de intervenção permitiu aos professores revisitarem suas fontes de estresse e refletirem sobre suas estratégias de coping, permitindo uma ressignificação do estresse e dos estressores, conforme evidenciado pela reestruturação das narrativas pessoais dos participantes. Sugere-se que novos estudos, utilizando o modelo adaptado do Programa IRIS, sejam realizados junto a outros grupos ocupacionais, de modo a verificar suas adaptabilidade e funcionalidade em outros contextos profissionais, sociais e culturais.
Palavras-chave: Estresse; Saúde Mental; Professores.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Autor(a): Carlos Henrique Honda Takeda
Orientador(a): Prof. Dr. Paulo Eduardo Benzoni
Data: 18/12/2024
Resumo: O estresse é um fenômeno complexo que consiste em uma resposta neuropsicofisiológica, natural do organismo, que tem por objetivo a autopreservação, em face de situações de perigo potencial ou real. Constituindo-se em uma das mais intensas preocupações na saúde pública, o estresse é o resultado de um processo de avaliação cognitiva dos estressores e que envolve processos de percepção social nessa avaliação. Assim, atuando de forma psicoeducativa sobre a percepção social do indivíduo, é possível gerenciar a manifestação do estresse. O objetivo deste trabalho foi de desenvolver e analisar um aplicativo baseado na Psicologia Cognitivo-Comportamental e na psicoeducação, voltado ao treinamento em gerenciamento do estresse. Numa primeira fase, o aplicativo foi desenvolvido em parceria com uma equipe de acadêmicos em ciências da computação e seu conteúdo adveio de entrevistas sobre estresse e estressores que estavam no banco de dados do grupo de pesquisas ao qual o autor estava vinculado. Foram criadas 24 situações estressantes, divididas de forma temática em oito fatores. Para cada situação foram criadas oito formas possíveis de coping como possibilidade de resposta. Numa segunda fase, o aplicativo foi testado junto a um grupo de 54 estudantes de graduação do curso de Psicologia. De modo a identificar os efeitos do aplicativo, foi utilizada a metodologia de teste – pós-teste com o Inventário de Estresse e Estressores de Benzoni (IPEEB) antes e depois de 40 dias dos participantes terem passado pelo aplicativo. Dos participantes que responderam ao pós-teste, foram selecionados os cinco com os níveis de percepção de estresse mais altos e, com esses, foram realizados estudos de caso para verificar os efeitos da experiência. Finalmente, numa terceira fase, foram realizadas três entrevistas com os participantes dos estudos de casos que se propuseram a participar da mesma. Essas entrevistas foram realizadas de modo remoto, gravadas, transcritas literalmente e analisadas qualitativamente objetivando avaliar o aplicativo StressPlay em si. Os resultados sugeriram que o aplicativo StressPlay proporcionou um aumento no repertório de coping dos participantes, um aumento na autorreflexão e autopercepção de si mesmos e, também serviu como ação psicoeducativa em relação ao estresse junto aos 5 participantes dos casos estudados. Em relação ao desenvolvimento do aplicativo em si, a tarefa se mostrou complexa por conta da lacuna entre as diferentes áreas do conhecimento (Psicologia e Ciências da Computação), demandando maior interação entre as áreas. O trabalho como um todo apresentou resultados promissores quanto ao desenvolvimento e utilização de aplicativos para o gerenciamento e controle do estresse.
Palavras-chave: Estresse; Saúde Mental; Tecnologia da Informação.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa:Saúde mental do adulto nos diferentes contextos institucionais.
Autor(a): Josiane Andrade Yamane
Orientador(a): Profa. Dra. Angela Cristina Pontes Fernandes
Data: 18/12/2024
Resumo: O TEA é uma subcategoria dos Transtornos do Neurodesenvolvimento, caracterizada pela presença de déficits persistentes na comunicação e na interação social, e padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades. A medida em que a inclusão escolar é direito de todos, o PEI, cumpre o papel de planejar, desenvolver e avaliar ações educacionais específicas para este público, ofertando as mesmas oportunidades de aprendizagem que os demais estudantes, considerando as particularidades de neurodesenvolvimento e comportamento destas crianças, e com relação as dificuldades vivenciadas pelos professores na elaboração do PEI. Este estudo tem por objetivo elaborar um programa de capacitação para professores, à luz dos conhecimentos da neuropsicologia, voltado para o desenvolvimento do PEI de alunos com o diagnóstico de TEA. Trata-se de uma pesquisa de campo, de abordagem qualitativa. A técnica utilizada para coleta foi a entrevista semiestruturada com professores, que atuam com crianças autistas, acompanhadas por uma Clínica Multidisciplinar, do interior de São Paulo, no período de abril a agosto de 2023. A partir dos dados levantados, orientou-se a posterior elaboração e aplicação de um projeto piloto de capacitação aplicado em sete professoras. Foram levantadas informações pré e pós capacitação. Os resultados indicaram que os docentes apresentam dificuldade em exercer sua função de maneira efetiva por não apresentar uma base teórica relacionada a pratica. Com esta pesquisa foi elaborado um programa de capacitação para professores, à luz dos conhecimentos da neuropsicologia, como ferramenta de apoio para a elaboração do PEI de crianças com TEA, de modo a contribuir no manejo e inclusão destas crianças em sala de aula, contribuindo para sua aprendizagem e socialização no ambiente escolar. Considera-se que a capacitação proporcionará aos docentes maior respaldo teórico à sua atuação prática, a partir dos conhecimentos de neurodesenvolvimento, cognição e comportamento nos quadros de TEA.
Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista; Neuropsicologia; Planos Educacionais Individualizados.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental e os diferentes contextos institucionais de desenvolvimento da criança e do adolescente.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Autor(a): Ricardo Felipe Teodoro Garcia
Orientador(a): Profa. Dra. Selma Aparecida Geraldo Benzoni
Data: 18/12/2024
Resumo: Esta pesquisa teve como referencial teórico Winnicott, que realizou estudos a respeito do desenvolvimento maturacional do indivíduo, incluindo a adolescência, fase em que ocorre uma transição rumo à independência relativa e a escolhas autônomas, compreendendo a continuidade do ser. A teoria winnicottiana afina-se ao objetivo do presente trabalho, que é conhecer e analisar as mudanças sociais, emocionais e profissionais ocorridas no adolescente ao participar do programa “Preparação para o mundo do trabalho”, assim como examinar a diferença entre os gêneros masculino e feminino dos participantes. A pesquisa teve cunho qualitativo de estudo de caso com escuta psicanalítica de uma turma de alunos do referido curso, cujos critérios de inclusão foram: frequentar o ensino regular, ter entre 14 e 17 anos e estar em situação de risco e vulnerabilidade. O programa é oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) como curso de qualificação profissional e tem o propósito de ampliar conhecimentos para que os adolescentes atuem no mundo do trabalho, possibilitando sua evolução pessoal e profissional. A turma estudada foi composta por 19 alunos concluintes do programa, sendo 14 do gênero feminino e 5 do gênero masculino. Para a coleta de dados, foram utilizadas entrevistas semiestruturadas, presencialmente e via Google Forms, bem como desenho-estória-temático (DET). A análise dos dados foi realizada qualitativamente conforme as categorias: a) vulnerabilidades sociais; b) atravessamento de gênero; c) a escola como ambiente facilitador e o espaço potencial; e d) o lugar do professor no desenvolvimento rumo à autonomia. Na primeira categoria, discutiu-se que fatores como escolaridade dos pais e tipo de emprego não os restringiu em apoiar os filhos para a realização do curso, ampliando a possibilidade de empregabilidade futura para os adolescentes. Na segunda categoria, observou-se que o número de adolescentes mulheres era três vezes maior do que o de homens, mostrando o quanto elas têm buscado maior aprimoramento profissional; no entanto, não foi verificada mudança na percepção dos adolescentes quanto a essa temática. Na terceira categoria, notou-se que o ambiente do curso favoreceu o desenvolvimento dos alunos rumo à autonomia, proporcionando uma atmosfera acolhedora e suficientemente boa na qual o aluno pudesse perceber suas potencialidades e desenvolvê-las. Na quarta categoria, ao se analisar o papel do mediador, observa-se o oferecimento de afeto e limites, possibilitando que o alunado tenha protagonismo e esperança em si para enfrentar as adversidades rumo à autonomia. A pesquisa contribuiu para compreender como o programa “Preparação para o mundo do trabalho” transpassa o adolescente no desenvolvimento de habilidades e competências e qual a importância do ambiente e do outro para a construção da autonomia. Destaca-se a lacuna quanto à compreensão de gênero no mundo do trabalho, já que se mapeou as diferenças e as peculiaridades na inserção institucional. Assim, foi desenvolvido um produto técnico/tecnológico (baralho) utilizado com os adolescentes, a fim de refletir situações cotidianas relacionadas a esse assunto, ampliando suas possibilidades de atuação e fortalecendo seus espaços de vivência nessa temática e seu desenvolvimento integral.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental e os diferentes contextos institucionais de desenvolvimento da criança e do adolescente.
Autor(a): Giovanna Fernandes Pieri
Orientador(a): Profa. Dra. Simone Saltareli
Data: 19/12/2024
Resumo: A violência contra a mulher vem avançando em números nos últimos anos, tornando-se uma questão de saúde pública. Distorções relacionadas aos constructos religiosos, bem como o papel dos líderes religiosos, podem representar um aspecto importante na compreensão desse fenômeno. Para a teoria da socialização, tanto a socialização primária, relacionada à família, quanto a socialização secundária, provinda de grupos como a escola, a instituição religiosa, dentre outros, interferem na maneira como o sujeito organiza seus conceitos e suas relações. O presente estudo tem como objetivo de conhecer a perspectiva de líderes religiosos acerca da violência, bem como a dor decorrente dessa violência, concernente com o conceito de Dor Total. Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva. Foram entrevistados 09 líderes religiosos das três principais denominações: 02 católicos, 04 evangélicos e 03 espíritas. A coleta de dados foi realizada, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, por meio de entrevista semiestruturada, analisada com o método de análise de conteúdo temática. Com os resultados foram definidas 03 categorias de análise, sendo elas: Religião como um regulador social em potencial; Erros de interpretação de constructos que promovem ou mantém a violência; Percepções de gênero e sua relação com a violência. Com base nos resultados, foi possível desenvolver um produto para ser utilizado nas três denominações religiosas, no sentido de evitar a manutenção da violência, por meio da interpretação individual dos líderes religiosos e da religiosidade. O produto em questão trata-se de um vídeo, que ressalta o resultado mais importante da pesquisa, de que a violência não é fruto de nenhum preceito religioso, mas sim de interpretações errôneas e descontextualizadas. Para finalizar, o vídeo apresenta possibilidades de acesso à ajuda, em caso de situações de violência contra a mulher.
Palavras-chave: religião; dor; violência.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental do adulto nos diferentes contextos institucionais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Título: Sexo, quanto é? O valor e o custo de ser Profissional do Sexo
Autor(a): Dariene Castellucci Martins
Orientador(a): Profa. Dra. Selma Aparecida Geraldo Benzoni
Data: 20/12/2024
Resumo: A prostituição feminina é uma atividade laboral em que a experiência sexual é ofertada mediante remuneração, atribuindo ao sexo uma conotação mercantil. Apesar de multifatorial e intersetorial, os serviços sexuais, embora reconhecidos na CBO desde 2002, não possuem regulamentação social ou trabalhista, devido a entraves políticos, morais e religiosos. Isso perpetua o estigma, o preconceito e a discriminação, limitando o acesso dessas mulheres a direitos básicos e à plena valorização de suas individualidades. Há quem defenda a erradicação da prostituição por conta da exploração e violências enfrentadas por essas trabalhadoras; contudo, sem políticas públicas adequadas, tais medidas não garantem proteção e cidadania. O objetivo da pesquisa é compreender como mulheres cisgênero, profissionais do sexo, constroem sua autoimagem e desempenham diferentes papéis sociais para além da profissão. O estudo é qualitativo, exploratório e descritivo, baseado em um estudo de caso coletivo com cinco participantes, maiores de 18 anos, que se autodenominam profissionais do sexo e atuam em uma cidade do interior paulista. Para a coleta de dados, utilizaram-se entrevistas semiestruturadas, a técnica do Desenho-estória-temático e o diário de campo, realizados nos locais de trabalho das participantes, como bares e hospedarias da região central da cidade. Entre as características sociodemográficas das participantes, três têm entre 40 e 50 anos e duas entre 20 e 30; uma é branca, uma parda e três pretas; três são separadas e duas casadas. Quatro possuem filhos e trabalham na profissão há mais de 10 anos, com escolaridade variando do ensino fundamental incompleto ao ensino médio completo. A análise fundamenta-se na teoria de Michel Foucault e organiza-se em três categorias. O poder velado: a prostituição sob o véu social investiga como o poder patriarcal agrava a vulnerabilidade das profissionais do sexo e as expõe à violência. O poder que orquestra corpo, sexo e prazer discute o corpo feminino como objeto de controle e consumo, mas também como resistência, revelando os efeitos de normas estéticas opressivas na condição de ser mulher. A mística do cotidiano: as relações de afeto das profissionais do sexo explora a separação entre vida pessoal e profissional, marcada por sofrimento e complexidade. Os resultados evidenciam temas recorrentes, como violência e vulnerabilidade social, amplificados por marcadores de gênero. A pesquisa revela que dar voz a essas mulheres permite expor as estruturas de poder que reforçam sua marginalização, superando o estereótipo da "mulher profana" e reconhecendo suas múltiplas formas de existência e resistência. O conceito de “mulheridades” reflete essas realidades diversas e resilientes, destacando as complexas experiências dessas profissionais. Como estratégia de letramento de gênero e para reduzir os estigmas associados à prostituição, será produzido um podcast com base nos achados da pesquisa.
Palavras-chave: Profissionais do sexo. Prostituição. Prazer. Sexo. Gênero .
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Autor(a): Elis Pires Arantes Bócoli
Data: 20/12/2024
Resumo: A presença da indisciplina em instituições educacionais infantis não é uma queixa recente, e continua sendo um desafio. Há diversos conceitos e explicações para as causas da indisciplina. Esta pesquisa, de caráter qualitativo e exploratório, objetivou explorar as percepções de educadores, gestores e familiares sobre uma intervenção em um grupo de crianças, entre 5 e 7 anos, de uma instituição educacional de atendimento complementar que apresentavam comportamentos de indisciplina na percepção das educadores e por elas indicadas para participar da intervenção grupal. Participaram deste estudo sete crianças encaminhadas pelas educadoras com problemas de indisciplina e seus responsáveis, três educadoras e duas gestoras da instituição. Foram utilizados os seguintes instrumentos de coleta de dados: a) entrevistas e rodas de conversas com os pais/responsáveis e com os profissionais que trabalham com as crianças; b) aplicação da Escala de Qualidade na Interação Familiar (EQIF) – versão para pais e versão para filhos; c) grupo de atividades com as crianças; d) observação participante; e e) diário de campo. Os dados qualitativos foram investigados por meio da análise de conteúdo e os dados quantitativos foram utilizados complementarmente, analisados por meio de estatística descritiva. Foram elaboradas três categorias de análise: 1) conceito de indisciplina; 2) relação família-instituição; e 3) percepções sobre os efeitos da intervenção. Os resultados apontam que existem diversos conceitos sobre indisciplina, contudo, em geral, os participantes a descrevem como envolvendo quebra de regras e combinados, não ouvir as orientações, reagir com agressividade ou contato físico violento. Por meio da EQIF, foi possível identificar que, dos 11 respondentes, 10 apresentaram pontuações de risco em relação à dificuldade de comunicação e diálogo, aproximando-os do modelo de parentalidade do estilo autoritário. Os participantes consideram importante a boa relação família-instituição. Quanto à intervenção proposta, os dados apontam que a metodologia da roda de conversa, pautada na construção democrática e participativa das crianças na elaboração de regras e combinados, apresentou mudanças positivas nos comportamentos das crianças, inclusive nas queixas de indisciplina, com aperfeiçoamento da capacidade de autorregulação, estabelecimento de diálogo e resolução de conflitos de maneira autônoma. Foram observados momentos de ressignificação acerca dos comportamentos, melhorias na qualidade do diálogo, mais respeito aos turnos de fala e manifestações de atitudes cooperativas. O desenvolvimento deste estudo piloto permitirá a aplicação futura desta proposta interventiva em outras instituições educacionais que atendam parcelas da população com características e queixas semelhantes.
Palavras-chave: Desenvolvimento infantil; Parentalidade; Indisciplina; Contraturno escolar; Interação familiar.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental e os diferentes contextos institucionais de desenvolvimento da criança e do adolescente.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.