Autor(a): Lucyana Cano Marin
Orientador(a): Ivana Barbosa Suffredini
Data da defesa: 27/02/2015
Resumo: A utilização de plantas com fins medicinais, para tratamento, cura e prevenção de doenças, é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade. O Brasil, com sua enorme biodiversidade, representada por uma das mais ricas floras do mundo, é um celeiro de possibilidades de se descobrir novos medicamentos baseados em produtos naturais. A busca por cosméticos mais eficientes e capazes de prevenir e amenizar os efeitos do tempo sobre a pele é uma realidade. Os extratos de plantas medicinais com ação antioxidante são insumos cada vez mais procurados para o desenvolvimento de novos cosméticos com ação contra o envelhecimento cutâneo. O presente estudo teve como objetivo analisar 900 extratos vegetais obtidos de plantas amazônicas quanto à capacidade antioxidante e à presença de algumas classes químicas. Usando técnicas de cromatografia de camada delgada, a presença de alcaloides, antraquinonas, cardenolídeos, flavonoides e terpenos, e a avaliação da sua atividade antioxidante foram estudadas, utilizando-se reveladores como beta-caroteno e 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH), reagente de Dragendorff, reagente de Kedde, reagente de Borntraeger, H2SO4, difenilboriloxietildiamina (NP), luz UV 254nm e 366nm. Alcaloides ocorreram em 8,2% dos extratos, antraquinonas ocorreram em 1,78% e cardenolídeos em 8,88%. Apenas 8,56% dos extratos mostraram atividade antioxidante no modelo do beta-caroteno, enquanto 63,3% dos extratos responderam positivamente no modelo do DPPH. O presente estudo demonstrou que uma elevada porcentagem dos extratos vegetais testados pode ser usada como fontes de agentes antioxidantes em cosméticos, provavelmente pela presença de compostos fenólicos, que são agentes antioxidantes. Porém, estudos mais aprofundados ainda são necessários para que a capacidade antioxidante possa ser quantificada e o grau de segurança dos extratos potencialmente aplicáveis em cosméticos seja determinado.
Palavras-chave: Extratos Vegetais; Antioxidantes; Radicais Livres.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Modelos Experimentais em Patologia e Toxicologia.
Autor(a): Ellen Carolina Montagner Cavarsan
Orientador(a): Ivana Barbosa Suffredini
Data da defesa: 29/06/2015
Resumo: As plantas são fontes de compostos utilizados no tratamento e na prevenção de doenças crônicas, tal como o câncer. A rica biodiversidade do Brasil apresenta enorme potencial de se encontrar novas moléculas a serem usadas como agentes antioxidantes. O presente trabalho teve por objetivo avaliar 1260 extratos obtidos de plantas da região da Amazônia e da Mata Atlântica quanto ao potencial antioxidante e quanto à presença de algumas classes químicas, usando técnicas de cromatografia em camada delgada (CCD). Os extratos foram submetidos à CCD para avaliar a atividade antioxidante e a capacidade de sequestro de radical livre e a presença de alcaloides, antraquinonas, glicosídeos cardioativos, terpenos e compostos fenólicos. Placas de sílica gel GF254 foram usadas, bem como duas fases móveis (x – acetato de etila: ácido acético glacial: ácido fórmico: água 100:11:11:25 e y- acetato de etila: metanol: água 100:35:10). Os reagentes utilizados foram β-caroteno, DPPH, Dragendorff, KOH, Kedde, ácido sulfúrico e NP. 66,43% (837) dos extratos mostraram resposta ao ensaio de clareamento do β-caroteno, enquanto 95,63% (1205) mostraram capacidade de sequestro de radical livre. Os alcaloides ocorreram em 16,11% (203) das amostras, as antraquinonas foram identificadas em 1,11% (14) e os glicosídeos cardioativos em 0,63% (8). As técnicas aplicadas na análise favoreceram o agrupamento de informações que poderão ser usadas em conjunto para sustentar a avaliação da atividade biológica dos extratos, bem como para selecionar os extratos com maior potencial antioxidante, como os que apresentaram atividade no ensaio do β-caroteno e do DPPH conjuntamente. Dentro desse grupo de extratos, destacam-se 17 extratos orgânicos (ou 2.13%) e 22 extratos aquosos (2.76%), que apresentaram intensidade de capacidade sequestradora de radicais livres elevada e atividade antioxidante, possivelmente pela presença de compostos químicos de estruturas diversas. Os extratos avaliados apresentam atividade antioxidante significativa, e a caracterização química possibilita o direcionamento de futuras pesquisas de identificação apurada das moléculas de cada extrato.
Palavras-chave: DPPH; β-caroteno; Antioxidante; Plantas Brasileiras.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Modelos Experimentais em Patologia e Toxicologia.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Toxicologia do sistema nervoso central.
Autor(a): Ricardo José Teixeira
Orientador(a): Maria Anete Lallo
Data da defesa: 26/08/2015
Resumo: Os parasitas de peixe são normalmente biomarcadores e parecem ser mais sensíveis aos estressores de ambiente do que os próprios peixes. Por esta razão, nós avaliamos a prevalência de parasitas em peixes de águas doce coletados antes e depois de uma longa seca. Analisamos 150 amostras de peixes coletados de três reservatórios diferentes – Lago do Ibirapuera (lago de um parque urbano), Represa de Biritiba (reservatório de água para consumo humano) e um lago de pesca recreacional (Pesque-pague). Antes da necropsia, os peixes foram anestesiados por imersão em uma solução de Tricaína Metano Sulfonada até a paralisia do opérculo. Os parasitas foram identificados a partir de esfregaços a fresco das guelras e das fezes, e por exame histopatológico com as colorações de hematoxilina-eosina e de giemsa. Demonstramos que a redução nos níveis da água nos reservatórios por causa da falta de chuvas, significamente aumentou o predomínio de parasitas. O protozoário Trichodina sp. foi o principal indicador biológico encontrado nas guelras dos peixes coletados nos lagos do Ibirapuera e da pescaria recreacional. Na represa de Biritiba houve grande predomínio de amebas de vida livre nas fezes dos peixes depois da seca. Portanto, a detecção de parasitas em peixes pode ser recomendada como um indicador da mudança climática com sérias consequências na qualidade da água e na saúde do meio ambiente.
Palavras-chave: Indicador Biológico; Parasitologia de Peixes; Mudanças Climáticas.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patogenia das Enfermidades Infecciosas e Parasitárias.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Clininfec - Clínica e doenças infecciosas veterinárias.
Autor(a): Camila Longhi Macarrão
Orientador(a): Mario Mariano
Data da defesa: 20/08/2015
Resumo: Dados da ONU, de 2014, preveem que em 2025 mais da metade da população mundial não terá acesso à água potável. De toda a água disponível na Terra, 97,2% é concentrada nos oceanos e apenas 0,02% está disponível em rios e lagos, sob a forma de água doce para consumo. Hoje, é possível coletar a água do mar e torná-la potável, por meio de tecnologia já disponível em vários países do Oriente Médio e Norte da África, onde a água doce de rios, lagos e reservatórios é escassa. O processo de dessalinização da água não é usado em larga escala no Brasil, devido aos enormes recursos hídricos do país. Comparativamente, as águas minerais oferecem, em média, cerca de 12 minerais, enquanto a água dessalinizada e nanofiltrada do mar, tema deste estudo, oferece 63 minerais, que são importantes para a função celular adequada. Baseado nessa evidência, este projeto resulta da investigação dos possíveis efeitos da água do mar para as células e funções celulares e a saúde, em geral, utilizando modelos experimentais in vitro.
Palavras-chave: Água do Mar; Nanotecnologia; Viabilidade Celular; Toxicidade Aguda.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Modelos Experimentais em Patologia e Toxicologia.
Autor(a): Patricia Siveira de Pontes
Orientador(a): Selene Dall'Acqua Coutinho
Data da defesa: 16/12/2015
Resumo: O conhecimento sobre o microbioma intestinal de aves clinicamente saudáveis mantidas como pet é auxiliar na compreensão da epidemiologia das doenças bacterianas que acometem aves e humanos, tendo em vista o contato estreito que proprietários mantêm com seus animais de companhia. Este trabalho objetivou a pesquisa de Salmonella spp. e Escherichia coli com potencial zoonótico em material cloacal de calopsitas (Nymphicus hollandicus) saudáveis mantidas como animais de companhia (pet), bem como o estudo de sua sensibilidade aos antimicrobianos. Foram colhidos swabs cloacais de 94 aves clinicamente saudáveis, mantidas em criatórios comerciais, pet shops ou domiciliadas. As amostras foram semeadas em água peptonada e ágar MacConkey. Após identificação fenotípica, três cepas de E. coli de cada indivíduo foram submetidas à pesquisa dos genes relacionados às extraintestinal pathogenic E. coli (ExPEC) (papC, papEF, sfa, cnf1, malX, fyuA, cvaC, sfa, hly), incluindo os genes preditores de virulência para aves (APEC) (ironN, ompT, hlyF, iss e iutA); à pesquisa de marcadores de E. coli diarreiogênica (ST, LT, ial, eagg, eae, stx1 e stx2) e classificadas de acordo com os grupos filogenéticos A, B1, B2 e D. Realizou-se a sorotipagem dos isolados com o sorotipo O157 H7. A pesquisa de sensibilidade aos antimicrobianos seguiu padronização internacional. Pesquisaram-se os seguintes genes nas amostras resistentes: blaTEM, blaSHV, blaOXA, CMY, CTX-M, tetA, tetB, aadA, aphA, strAB, sul1, sul2, sul3, qnrA, qnrD, qnrB, qnrS, oqxAB, aac, qnrC e qepA e os marcadores para os plasmídeos de grupo Inc K/B, W, FIIA, FIA, FIB, Y, I1, F, X, HI1, N, H12 e L/M. Não se verificou Salmonella spp. nos animais pesquisados. Isolou-se 27 cepas de E. coli de nove dos 94 animais (10%). A combinação de 4 genes APEC (ironN, ompT, iss e hlyF) foi detectada em duas cepas (2/27-7%); iss (1/27-4%) em um isolado. Dos 27 isolados, seis (22%) foram classificados no grupo filogenético A; 18 (67%) em B1, três cepas (11%) em B2 e nenhum em D. Não houve soroaglutinação com o antissoro O157 H7. Os maiores índices de resistência foram observados perante amoxicilina (22/27-82%), ampicilina (21/27-79%), estreptomicina (18/27-67%) e tetraciclina (11/27-40,7%). Dezesseis isolados (59%) de sete animais diferentes apresentaram multirresistência. Os genes de resistência observados foram strAB, blaTEM, tetA, tetB, aadA, aphaA, sul1, sul2 e sul3. Plasmídeos de resistência estiveram presentes em 20 cepas, sendo eles IncFIB (18/27), IncFIA (3/27), IncY (2/27) e IncI1(4/27). Apesar da baixa percentagem de isolados com potencial patogênico, foi significativa a resistência antimicrobiana das cepas isoladas de calopsitas saudáveis mantidas em cativeiro, incluindo multirresistência. O papel dos pets na manutenção e disseminação de bactérias resistentes a antimicrobianos tem sido tema relevante na Saúde Pública. Ressalta-se, portanto, a importância de cuidados sanitários entre os proprietários e suas aves, bem como um maior controle na utilização de antimicrobianos em animais.
Palavras-chave: APEC; Calopsita; Escherichia coli; Nymphicus hollandicus; Salmonella spp.; Sensibilidade Antimicrobiana.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patogenia das Enfermidades Infecciosas e Parasitárias.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Clininfec - Clínica e doenças infecciosas veterinárias.
Autor(a): Juan Justino de Araujo Neves
Orientador(a): Selene Dall'Acqua Coutinho
Data da defesa: 18/12/2015
Resumo: Dermatófitos são fungos importantes para a saúde pública, sendo transmitidos entre animais e humanos, causando zoonoses. Esses fungos têm sido relatados em cães, gatos, cobaias e coelhos, dentre outros pets, sendo isolados de animais com ou sem lesões, representando fontes de infecção para outros animais e homens. O objetivo deste trabalho foi diagnosticar dermatofitose em pets com lesões condizentes com esta infecção e pesquisar a presença de dermatófitos no seu ambiente domiciliar. Ainda, comparar duas técnicas de diagnóstico, exame direto e cultura, e duas técnicas de colheita de amostras clínicas, raspado de pele/tração de pelos e fricção com carpete. Foram colhidas amostras de pelame de 70 pets de ambos os gêneros, idades variadas e apresentando lesões compatíveis com dermatofitose no exame físico-clínico. Destas, 47 (67,1 %) oriundas de cães, 19 (27,1 %) de gatos, três (4,3 %) de cobaias e uma (1,4 %) de coelho. Foram visitadas 26 residências dos animais que tiveram a doença confirmada por cultura micológica. Colheram-se 212 amostras no ambiente domiciliar, 24 amostras de animais contactantes que habitavam a mesma residência e 188 de locais selecionados com a orientação dos proprietários, sendo: 78 (41,5%) amostras de locais de uso predominante do proprietário (sofás, cadeiras, camas, lençóis), 66 (35,1%) de uso predominante dos animais (casinhas, caminhas, brinquedos, comedouros) e 44 (23,4%) de pisos no geral (carpete, madeira, frio). Foram utilizadas 67 amostras para se comparar as duas técnicas de colheita e 66 para as duas técnicas de diagnóstico. Amostras clínicas provenientes dos animais e do ambiente foram semeadas em placas contendo ágar Mycobiotic (Difco), incubadas a 25° C por até quatro semanas. As colônias isoladas foram submetidas à técnica de microcultivo em lâmina e identificadas por meio de suas características macro e microscópicas. Na realização do exame direto, utilizou-se hidróxido de potássio (KOH) a 20% para clarificação dos pelos e escamas de pele e as leituras microscópicas realizadas com aumentos de 100X e 400X. Para a comparação entre as técnicas de diagnóstico e as de colheita, aplicou-se o teste de McNemar (p≤0,05). Dermatófitos foram verificados em 37,1% (26/70) das amostras de pelame provenientes dos animais suspeitos. Microsporum canis foi a espécie mais frequente, sendo isolada de 20 animais, 12 cães e oito gatos (76,9% - 20/26); Trichophyton quinckeanum de três cobaias (11,5% - 3/26); Microsporum gypseum de dois cães (7,7% - 2/26) e Trichophyton mentagrophytes de um gato (3,8% - 1/26). Foram encontrados dermatófitos em 69,2% (18/26) das casas pesquisadas. Dentre as amostras colhidas do ambiente domiciliar, 34,6% (65/188) foram positivas, isolando-se dermatófitos em 29,5% (23/78) daquelas provenientes de locais/objetos de uso predominante do proprietário, 42,4% (28/66) de uso predominante do animal, 31,8% (14/44) de pisos e de 50% (12/24) dos animais contactantes. Nas residências foram isoladas as mesmas espécies de fungos dermatófitos previamente detectadas nos animais doentes. Na comparação entre as técnicas de colheita não houve diferença estatística (p=1), podendo-se indicar qualquer uma delas. Na comparação entre as técnicas de diagnóstico, houve diferença estatística (p=0,03), sendo a cultura (22/66 - 33,3%) superior ao exame direto (9/66 - 13,6%). Contactantes que não apresentavam lesões, mas dos quais foram isolados dermatófitos, são considerados portadores assintomáticos e também representam fontes de infecção, auxiliando na disseminação dos dermatófitos no ambiente domiciliar. O contato entre homens e pets é cada vez mais estreito, compartilhando os mesmos espaços em uma residência e tornando a dermatofitose importante assunto nas clínicas médica e veterinária, e em Saúde Pública.
Palavras-chave: Saúde Pública; Zoonoses; Ambiente Domiciliar; Pets; Dermatófitos.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patogenia das Enfermidades Infecciosas e Parasitárias.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Clininfec - Clínica e doenças infecciosas veterinárias.
Autor(a): Peter Michael Neufeld
Orientador(a): José Guilherme Xavier
Data da defesa: 23/12/2015
Resumo: As doenças cardiovasculares são as principais causas de óbito na população, destacando-se a hipertensão arterial sistêmica (HAS), associada a alterações funcionais e/ou estruturais do coração. A hipertensão pode ocorrer como uma complicação na gestação, evento caracterizado por uma adaptação no sistema cardiovascular materno, determinando hipertrofia cardíaca transitória, com modificações em cardiomiócitos, fibroblastos e na matriz extracelular. Dentre os possíveis mecanismos fisiopatológicos da HAS está a menor bioatividade do óxido nítrico (NO), um radical livre produzido a partir da L-arginina pela ativação da enzima sintase do óxido nítrico. Neste estudo, buscando uma maior compreensão da resposta adaptativa cardíaca e da atividade do NO no processo, foi investigado o efeito da suplementação oral de L-ARG, durante o período de prenhez, sobre a estrutura cardíaca de 20 ratas espontaneamente hipertensas primíparas, divididas em grupos controle não prenhe, controle prenhe, e suplementados com L-arginina a 2% e a 4%, realizando-se análises morfométricas, histológicas e imuno-histoquímicas. Identificou-se um aumento do peso úmido cardíaco nos animais tratados com L-arginina 4%, associado à redução do tamanho de cardiomiócitos do ventrículo esquerdo e ausência de fibrose e de ativação miofibroblástica. Tais achados indicam uma atividade anti-hipertrófica da L-arginina a 4% sobre o coração de ratas SHR prenhes.
Palavras-chave: Coração; Hipertensão Arterial; Matriz Extracelular; Morfologia; Óxido Nítrico.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Modelos Experimentais em Patologia e Toxicologia.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Biologia da diferenciação e transformação celulares: modulação por fatores endógenos e exógenos.