Título: Imortalização de células mesenquimais do ligamento periodontal com fenótipo osteogênico de baixa produção mineral
Autor(a): Ana Carolina Bontempi Batista
Orientador(a): Profa. Dra. Denise Carleto Andia
Data: 10/06/2025
Resumo: Células-tronco mesenquimais derivadas do ligamento periodontal (PDLCs) são uma fonte acessível e multipotente com aplicações promissoras em terapias regenerativas. Contudo, a heterogeneidade fenotípica, especialmente nas PDLCs com baixa capacidade de mineralização (l-PDLCs), representa um desafio para a previsibilidade clínica, além da limitada capacidade replicativa das células primárias dificultar estudos in vitro de longa duração. Para superar essas limitações, estabelecemos uma linhagem imortalizada de l- PDLCs (il-PDLCs) por introdução do gene da transcriptase reversa da telomerase humana (hTERT) via vetor lentiviral, comparando-as posteriormente às células primárias quanto às características fenotípicas e moleculares. Marcadores de superfície (CD105, CD166 e CD34) foram avaliados por citometria de fluxo. PCR quantitativo (qPCR) foi realizado para avaliar a expressão gênica de hTERT, OCT4 e NANOG. As expressões de RUNX2, SP7, ALPL, MAPK14, YAP1 e CREB1 também foram analisadas por qPCR aos 3, 7 e 10 dias após a indução osteogênica. Além disso, a atividade enzimática da ALPL e a coloração com Alizarina Vermelha foram realizadas para avaliar o potencial de mineralização aos 14, 21 e 28 dias pós-indução, sendo que a atividade enzimática foi mensurada exclusivamente aos 14 dias após a indução osteogênica. As il-PDLCs apresentaram um aumento de 2.300 vezes na expressão de hTERT e mantiveram características típicas de células mesenquimais, incluindo positividade para CD105/CD166 e ausência de CD34, bem como níveis elevados de expressão dos marcadores de pluripotência OCT4 e NANOG, em comparação às l-PDLCs (p ≤ 0,05). Após a indução osteogênica, genes relacionados à proliferação, como MAPK14, YAP1 e CREB1, foram regulados positivamente nas il-PDLCs, que também exibiram uma expressão precoce e intensificada dos marcadores osteogênicos RUNX2, SP7 e ALPL, com pico no dia 7 (aproximadamente 200 vezes para RUNX2 e SP7, e 100 vezes para ALPL), em comparação às l-PDLCs (p ≤ 0,05). Ademais, foram observadas correlações positivas significativas entre YAP1 e tanto RUNX2 quanto SP7, especialmente nos dias 7 e 10. Apesar dessa vantagem molecular precoce nas il-PDLCs, a deposição mineral aumentou progressivamente nas l- PDLCs, atingindo os níveis mais elevados no dia 28 (p ≤ 0,05 vs. il-PDLCs). A atividade enzimática da ALPL corroborou o perfil global de baixa mineralização em ambas as populações celulares. Esses resultados sugerem que as il-PDLCs preservam o fenótipo de baixa capacidade de formação mineral característico de suas células originais primárias, ao mesmo tempo em que oferecem um modelo estável para a investigação do baixo potencial osteogênico em células-tronco mesenquimais.
Palavras-chave: Células-tronco mesenquimais; ligamento periodontal; osso; imortalização celular; baixo potencial osteogênico; formação mineral; in vitro.
Área de Concentração: Clínica Odontológica.
Linha de Pesquisa: Estudos dos mecanismos relacionados à ocorrência das condições do sistema estomatognático.
Projeto de Pesquisa: Regulação epigenética em células mesenquimais humanas na diferenciação osteogênica.