Autor(a): Carlos Henrique Aiello
Orientador(a): Malena Segura Contrera
Data da defesa: 22/02/2016
Resumo: O imaginário da juventude na produção mediática é pautado pelos interesses do capital na contemporaneidade, especialmente pelo alto poder de consumo dos que compõem tal faixa etária. Os investimentos mediáticos são consideráveis e apresentam como característica a padronização de seu conteúdo, influenciando assim um modelo de comportamento cuja imagem avassaladora interfere significativamente na vida cotidiana. Nosso tema central é entender como as fronteiras que separavam o universo infantil do adulto, que foram claras e apresentavam variedades em diferentes épocas e sociedades, desapareceram quase por completo. Este processo designamos como fenômenos da adultescência e infantescência, caracterizados na esfera da produção publicitária pela ação da mimese. A hipótese que levantamos é que há uma convergência na estética juvenil, gerada pelo imaginário publicitário, que nivela vários públicos de diferentes faixas etárias a partir de estratégias miméticas. Esse nivelamento permite arregimentar um maior mercado consumidor, além de considerar que a glamourização da juventude é um valor de mercado estrategicamente criado que, no entanto, retroage e gera um fenômeno social complexo de cristalização das consciências numa faixa etária juvenil. Para o corpus desta pesquisa, nos servimos dos materiais publicitários das marcas Hering e Lilica&Tigor, constituídos de campanhas e catálogos de coleções em diversos anos e estações, compreendendo o período de 2010 a 2015. No caso da metodologia, as referidas marcas foram utilizadas como estudos de caso, a partir de duas vertentes: a primeira, de caráter bibliográfico e exploratório, e a segunda, de natureza iconográfica. Esse trabalho insere-se no Grupo de Pesquisa Mídia e Estudos do Imaginário, cuja construção de sua base teórica foi necessária para se chegar a esta análise, conceituando o consumo, a publicidade, o programa estético e a relação com a imagem e imaginário, bem como os fenômenos adultescentes e infantescentes. Com base nos estudos de vários teóricos, destacamos Zygmunt Bauman, Jean Baudrillard, Edgard Morin, bem como Norval Baitello Jr., Rose Rocha, Malena Contrera, Andrea Escudero, João Carrascoza e Neil Postman na primeira parte da pesquisa. Para a abordagem do segundo capítulo, envolvendo a moda que antecede as análises contextuais das marcas escolhidas neste estudo, consideramos os teóricos Gilles Lipovetisky, Fábio de Sá Cesnik, Cláudia Busato, Priscila Beltrame e Maria Drigo. Por fim, Gilbert Durant, Günter Gebauer, Christoph Wulf e Malena Contrera foram os principais autores na abordagem que permite observar a mimese como um agir social.
Palavras-chave: Mimese; Adultescência e Infantescência; Publicidade e Consumo; Imaginário.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia Para a Interação Entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Estudos do Imaginário.
Autor(a): Vinicius Guedes Pereira de Souza
Orientador(a): Fernanda Mauricio da Silva
Data da defesa: 25/02/2016
Resumo: Esta tese estuda o uso das imagens fotojornalísticas como formadoras de opinião, sua publicação na imprensa tradicional (jornais, revistas, TVs) e na digital (portais de notícia, blogs, mídias sociais) e suas apropriações posteriores, de modo a analisar os processos, mecanismos, ritos e filtros que levam uma determinada fotografia a ser escolhida como síntese de um fato midiatizado, em detrimento de milhares de outras imagens, e seu impacto nas pessoas e nas políticas, criando realidades e invisibilidades midiáticas. Para tanto, são analisadas fotografias jornalísticas de conflitos (guerras, repressão policial, violência urbana, etc.) ocorridos no Brasil e no exterior, publicadas em veículos dos mais variados tipos e tendências ideológicas, e suas republicações, apropriações como objetos de arte, ‘memes’ em redes sociais, cartazes e outras aplicações. A pesquisa partiu da premissa de que todos esses meios usam prioritariamente as mesmas fontes (grandes agências noticiosas e fotógrafos profissionais). Mas, eventualmente, algumas fotos amadoras furam esses ritos e penetram nos fluxos de informações, passando então a fazer parte da Mediosfera, conceito que designa o conjunto de imagens (visuais ou não) distribuídas, recebidas e apropriadas midiaticamente. A ideia é mostrar como ocorrem esses processos e qual a sua influência na mudança da forma de raciocínio predominante atualmente na sociedade: de tempo-histórico-linear para mágico-imagético-circular. Para tanto, a pesquisa usou experiências pessoais na cobertura de conflitos e uma miríade de autores, que vão de filósofos da imagem, como Vilém Flusser, a teóricos do jornalismo, como Ciro Marcondes Filho e Jorge Pedro Sousa.
Palavras-chave: Fotografia; Fotojornalismo; Realidade Midiática; Invisibilidade Midiática; Conflito; Guerra.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Grupo de Pesquisa em Análise de Produtos Audiovisuais.
Autor(a): Cristiane De Rossi Žovin
Orientador(a): Malena Segura Contrera
Data da defesa: 23/05/2016
Resumo: Esta tese discute como a mulher da sociedade midiática consome imagens para existir, pertencer e se comunicar. Ela almeja não ser mais uma dentre a multidão, por isso, em meio a vários caminhos possíveis, ela pode escolher seguir o caminho da “bonequização” para obter destaque. Nessa tentativa de construção de identidade social, o modelo de estilo almejado é o da boneca ‘Barbie’: ideal moderno de beleza branca, loira e magra, pautada pelo consumo excessivo de imagens que se sobrepõem, gerando a cultura do descarte. Sucintamente, o que temos é um modo de desenvolver sua visibilidade ao esculpir o corpo, em detrimento da comunicação tradicional, afinal, essa mulher, ao encaixar-se em padrões, (in)comunica sua singularidade e mostra sua solidão. Outra questão envolvida é a mulher, pós-bonequização, tornar-se uma imagem técnica, ou seja, não se trata mais da máquina mimetizando o humano como no passado recente. O estudo também propõe um breve cenário das patologias da imagem corporal, vinculando-o à bonequização humana. Acerca da metodologia, foram utilizados os estudos exploratório e netnográfico com observação não participativa (R. Kozinets, 2015), baseando-se em 14 Barbies da vida real, “casos–limite” representativos de uma tendência sociocultural e fundamentados por teóricos da Comunicação e Ciências Sociais Aplicadas, estudiosos da Teoria da Mídia e do Imaginário.
Palavras-chave: Imagem; Boneca; Mulheres; Mídia.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia Para a Interação Entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Estudos do Imaginário.
Autor(a): José Alexandre Cury Sacomano
Orientador(a): Anna Maria Balogh
Data da defesa: 20/06/2016
Resumo: Esta tese aborda a passagem do paradigma analógico para o paradigma digital no fotojornalismo, sob a óptica do repórter fotográfico profissional, assim como o hibridismo destes dois momentos e as consequências causadas pelo estabelecimento definitivo deste novo padrão. Para descrever esta trajetória e apresentar os principais desdobramentos a pesquisa, além de contar com a visão dos repórteres, foi respaldada por premissas teóricas que estão constituídas ao longo do texto, podendo assim, confirmar que a troca da prata pelo pixel gerou certa ruptura dentro do fotojornalismo. Ressalta-se que o conceito de paradigma serve como complemento teórico à metodologia proposta. A pesquisa fornece dados qualitativos que foram interpretados pelo autor por meio do método de análise de conteúdo.
Palavras-chave: Fotojornalismo; Mudança de Paradigma; Fotografia Digital.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Autor(a): Rodrigo Parron Santos
Orientador(a): Carla Reis Longhi
Data da defesa: 23/06/2016
Resumo: Esta pesquisa teve por objetivo analisar o conteúdo de matérias jornalísticas sobre a Copa do Mundo de 2014, veiculadas no Jornal da Globo naquele ano. Para tanto, esse estudo abordou conceitos como telejornalismo, agenda setting, enquadramento, formatos jornalísticos, análise do discurso e análise de conteúdo, a partir principalmente de autores como Guilherme Rezende, Juarez Bahia, Mauro Wolf, Antonio Rubim, Nilson Lage, Nelson Traquina, Michel Foucault, Dominique Maingueneau e Laurence Bardin. Essa pesquisa caracteriza-se como um estudo teórico, sendo que a parte sobre análise de conteúdo e análise do discurso configura-se também como um estudo descritivo, constituído por meio de um estudo híbrido de indicadores quantitativos e qualitativos das matérias jornalísticas analisadas sobre o tema pesquisado. A análise e interpretação dos sentidos inseridos no discurso jornalístico elaborado por meio de estratégias discursivas distintas, como indicadores relacionados às imagens, texto jornalístico e tempo médio de duração das matérias jornalísticas analisadas, constituem a base de estudo dessa pesquisa.
Palavras-chave: Telejornalismo; Formatos Jornalísticos; Análise do Discurso; Análise de Conteúdo.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia Para a Interação Entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia, Cultura e Política: Identidades, Representações e Configurações do Público e do Privado no Discurso Midiático.
Autor(a): José de Mello Junior
Orientador(a): Barbara Heller
Data da defesa: 24/06/2016
Resumo: Há duas décadas, o e-book (ebook) convive com o livro impresso. Diversas projeções foram feitas por analistas sobre o declínio do impresso e a ascensão do digital. Porém, diferentemente de outras mídias, rapidamente substituídas por novos formatos digitais, o livro em papel demonstra grande resistência. No mercado editorial brasileiro esse fenômeno de resiliência da cultura impressa tem sido ainda maior do que em outros mercados editoriais. Acreditamos que fatores políticos, econômicos e culturais têm motivado essa resistência. Em nossa pesquisa de métodos mistos concomitantes, realizamos dois levantamentos um com estudantes universitários e outro com editores brasileiros de livros, assim como entrevistas em profundidade com os dois públicos. Nosso objetivo foi verificar se havia algum tipo de oposição dos editores afetando a introdução do e-book no mercado. Identificar se a recepção dos leitores universitários de textos longos e de livros encontra-se muito apegada ao formato impresso em papel. Descobrir se esses leitores são aderentes à leitura desses textos longos em telas de dispositivos eletrônicos. Também verificamos se a diferença geracional entre nativos e imigrantes digitais influencia o processo de adesão ao livro eletrônico. Além das entrevistas, foram aplicados mais de 800 questionários entre estudantes universitários e editores. O resultado da pesquisa demonstra que a resistência dos editores ao e-book diminuiu à medida que se organizaram para exercer, nas negociações com Amazon, Google, Apple e Kobo, o poder de controle sobre atribuição de preços e o ritmo de digitalização dos livros. Os resultados quantitativos e qualitativos convergiram, demonstrando haver um forte apego dos universitários à leitura do formato impresso em papel, assim como uma relativa rejeição à leitura de textos longos em telas. Os usuários de e-readers como Kindle, Lev e Kobo demostraram menos resistência à leitura em telas, mas também um forte apego ao papel. Não foi encontrada diferença estatística significativa entre as atitudes de nativos digitais e imigrantes digitais nas variáveis latentes aderência tecnológica, cultura do impresso em papel e leitura em telas de dispositivos eletrônicos.
Palavras-chave: Nativos Digitais; E-book; Mercado Editorial Brasileiro; Cultura do Impresso; Leitura em Telas; E-readers.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia Para a Interação Entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia, Cultura e Política: Identidades, Representações e Configurações do Público e do Privado no Discurso Midiático.
Autor(a): César Augusto Belardi
Orientador(a): Solange Wajnman
Data da defesa: 27/06/2016
Resumo: O presente estudo propõe um método de leitura fílmica temporal com base no conjunto cinematográfico de ‘A Guerra dos Mundos’ que se destaca como um paradigma transmidiático no cenário da indústria cultural. Para isso, foram construídas categorias de leitura a partir da integração e convergência de conceitos já estabelecidos por autores de referência como Bakhtin (1993), Tarkovski (2010) e Jullier (2009), aplicadas às duas obras cinematográficas homônimas, a primeiro de 1953, e a mais recente de 2005, em recortes específicos de seus enredos e narrativa. Dessa forma, estabeleceu-se um processo de integração entre conceitos de tempo provenientes de Bakhtin como as referências do período de produção das obras e nelas embutidas, as evidências e indícios do tempo real factual de Tarkovski que incluem fatores socioculturais e as construções estéticas cinematográficas observadas por Jullier. Demonstramos com esta tese de que o filme pode ser deslocado de seu próprio período de tempo de produção. Com a aplicação desse modelo obtivemos: a) uma leitura contextualizada com recortes históricos, como a tecnologia empregada para a produção de cada filme; b) a identificação de questões de linguagem e narrativa que possibilitaram a percepção do tempo e sua presença de maneira tanto planejada quanto espontânea; c) as correlações interdisciplinares no intervalo de tempo histórico entre as duas obras como as influências de mercado sobre a recontextualização de um filme nos moldes de um remake ou reboot. Posteriormente, o método pode ser aplicado a outras produções similares.
Palavras-chave: Tempo; A Guerra dos Mundos; Leitura Fílmica.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Moda, Comunicação e Cultura.
Autor(a): Maria Isabel Galvão de França
Orientador(a): Antônio Adami
Data da defesa: 19/08/2016
Resumo: Esta tese busca compreender o papel e a reputação das Instituições de Ensino Superior (IES) que ministram o curso de Comunicação, Publicidade e Propaganda, a inserção do egresso no mercado de trabalho, bem como revelar as disposições do diálogo existente entre as partes e o que está embutido nesse cenário. Para esse recorte, utilizamos como referencial teórico o significado dos conceitos de Pierre Bourdieu como Campo e Habitus, para analisar e identificar mercado de trabalho, Capital Cultural e Poder Simbólico para analisar e identificar a formação acadêmica e a reputação das Instituições de Ensino Superior. A aplicação dos conceitos foi utilizada como teoria para desenharmos o panorama do estudo e, também, para desconstruirmos a questão da violência simbólica encontrada nas análises sob uma perspectiva multifacetada, estrutural e invisível que Bourdieu e Passeron chamam de reprodução de uma ordem já existente sobre a desigualdade social. O vestibular é o agente segregador que determina a materialidade da separação dos alunos com qualidades desiguais e ou desprovidos de Capital Cultural que terão maior ou menor êxito no exame para ingresso em uma universidade pública, que, geralmente, são instituições com maior prestígio e reputação. Assim, com o processo segregador pelo vestibular, as Instituições de Ensino Superior consideradas excludentes mantêm seu papel legitimador por meio dos alunos dotados de Capital Cultural herdado. As includentes, que facilitam as provas vestibulares, corroboram a inserção social, a autoconfiança e a revalorização dos despossuídos de Capital Cultural herdado, mas com baixa interferência da ordem natural esperada do Poder Simbólico e com nova ação integradora social. Ainda, nos fazendo valer pelo desenho do panorama, destacamos que, em não sendo regulamentada a profissão de publicitário, apesar da preferência do empregador por uma mão de obra qualificada, pode tranquilamente determinar bases salariais conforme suas conveniências e contribuir com os contornos da reprodução da desigualdade social.
Palavras-chave: Formação Acadêmica; Reputação das IES; Mercado de Trabalho; Violência Simbólica; Reprodução de Desigualdades.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia, Cultura e Memória.
Autor(a): Elizabeth de Menezes Rocha
Orientador(a): Anna Maria Balogh
Data da defesa: 22/08/2016
Resumo: Os megaeventos são extremamente rentáveis para os vários atores envolvidos no negócio. A partir deles, inúmeras possibilidades de estudos surgem no campo da cultura, economia, política, social, esportivo em um mundo globalizado em que os padrões de consumo ditam uma nova ordem, inclusive na Comunicação. Dentro desse contexto amplo e complexo, o objetivo desta tese é demonstrar como se dão a apropriação do negócio na sociedade do espetáculo, as representações de produção de sentido e a significação da Comunicação por parte de organizadores, patrocinadores, governos. Para isso, o caminho percorrido foi a reflexão do fenômeno da Globalização na sociedade do espetáculo e seu impacto na Comunicação, com a análise de peças publicitárias, filmes, símbolos dos eventos ‘Copa do Mundo 2014’ e ‘Olimpíadas 2016’ que, de alguma maneira, auxiliam na construção da imagem do país sede dos eventos espetáculos. Recorreu-se ao referencial teórico de autores que têm subsidiado o campo dos Estudos Culturais, dentre eles Milton Santos, Zygmunt Bauman, Guy Debord, Stuart Hall para caracterizar globalização, sociedade do espetáculo, identidade e ainda Algirdas Julien Greimas, Jean Marie Floch, Jacques Fontanille para articular a comunicação e as linguagens sincréticas.
Palavras-chave: Copa do Mundo 2014; Olimpíadas 2016; Megaeventos; Globalização; Sociedade do Espetáculo.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Autor(a): Gláucia Jacuk Herman
Orientador(a): Antônio Adami
Data da defesa: 22/08/2016
Resumo: Trabalhamos nesta tese com as adaptações do romance ‘Gabriela Cravo e Canela’, de Jorge Amado, para televisão, anos 1975 e 2012, e analisamos as remidiações entre o hipotexto: o romance e as duas novelas a partir da Teoria das Adaptações e dos estudos sobre remakes. O trabalho baseia-se na decupagem dos objetos e na análise de sua inter-relação, realiza alguns “recortes” e seleciona personagens que funcionam como eixos e reúnem características representativas nas narrativas. São apresentadas as diversas vozes das adaptações e a cronologia de Gabriela na mídia. A análise aponta a distinção entre a Esfera Pública e a Esfera Privada. Na primeira, delineia as mudanças no plano político com o enfraquecimento do coronelismo e o fortalecimento da burguesia, por meio do emblemático embate entre o Coronel Ramiro Bastos e Mundinho Falcão, o exportador de cacau, e apresenta os novos costumes que chegam a Ilhéus. Na segunda, traz o percurso da personagem principal, Gabriela, apoiada em três momentos: antes, durante e após o casamento com Nacib. Traz um capítulo sobre Eixos Narrativos em que trata das tramas que se interseccionam, intercruzam no enredo a partir da personagem Gabriela. Os eixos narrativos se subdividem em dois tipos: Acréscimos e Reapropriações no Tempo. Os Acréscimos são as adições que não encontram contraponto quando comparadas as duas novelas e as Reapropriações no Tempo constituem-se das recontextualizações e reinterpretações que trazem novas abordagens a personagens comuns às duas adaptações. Os objetivos principais desta pesquisa são perceber os caminhos da memória coletiva na teledramaturgia brasileira a partir de “Gabriela”, entender como se dá o diálogo que pressupõe considerar os diversos fatores envolvidos no processo e contribuir para a compreensão das intertextualidades na realização da retomada de uma produção com uma nova identidade. Entre as conclusões tem-se que “Gabriela” pode ser entendida como um cult, já que o remake de 2012 possibilitou uma intensa retomada na mídia e na memória do público. Funcionando como refletor e refrator da sociedade, a novela de 2012 suscitou debates e comparações entre o romance e as duas adaptações. Conclui-se também que não existe uma fórmula definida para uma adaptação; as soluções dependem da sensibilidade em captar especificidades da obra literária.
Palavras-chave: Adaptações ; Teledramaturgia; Gabriela; Remake; Teoria das Adaptações.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia, Cultura e Memória.
Autor(a): Euclides Alves Vital Junior
Orientador(a): Anna Maria Balogh
Data da defesa: 25/08/2016
Resumo: O legado cinematográfico noir, além de fascinante, é muito vasto e sedutor. Assim, o estilo noir transita por diversas obras com estilos e gêneros diferentes. O filme ‘Uma cilada para Roger Rabbit’ une características e técnicas da animação ao cinema Noir. A obra foi objeto de análise principalmente quanto ao seu roteiro, sua narrativa e ambientação sob influência do gênero Noir. Análises preliminares sugerem que este é um “cartoonnoir”, com intenções além das clássicas do universo Disney, ou seja, as crianças. Sob um olhar mais aguçado, a mulher fatal é o personagem aqui personificado em Jessica Rabbit, mulher que tende a centralizar os acontecimentos de traição, crime e mistério. Este trabalho recorre às bases bibliográficas da animação e do cinema noir, buscando referências capazes de sustentar as pretensões que esta pesquisa busca dar conta.
Palavras-chave: Animação; Cinema noir; Análise de filme.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Autor(a): Stefannia Domingues Pires Bastos Suguita
Orientador(a): Anna Maria Balogh
Data da defesa: 29/08/2016
Resumo: Esta tese tem como objetivo analisar a cultura midiática das relações afetivas contemporâneas a partir da configuração do discurso televisivo da trama ‘Em Família’, de Manoel Carlos. Ela constrói o entendimento sobre como as relações afetivas são retratadas na mídia televisiva. Apresenta a cultura midiática televisiva, seu produto novela e o gênero melodrama. Expõe os principais conceitos da teoria psicológica cognitiva. Analisa o percurso gerativo de sentido da novela ‘Em Família’ nos níveis: fundamental, discursivo e narrativo, a partir das personagens Helena, Clara e Juliana, as quais compõem os núcleos principais da novela. Conceitua e esclarece os motivos pelos quais a tese introduz o termo relações afetivas à definição das famílias contemporâneas. Analisa as relações afetivas das personagens em estudo, Helena, Clara e Juliana, marcadas pela contraposição entre a busca do amor e o desencontro deste. A tese utiliza da técnica quantitativa e apresenta uma visão sobre os modelos afetivos referenciais da novela. Para isso estuda as relações afetivas de vinte e um personagens, a análise das relações afetivas se desdobra ao estudo das relações do tipo extras, as formadas por triângulos e pentágonos, em decorrência de sua presença em uma parte significativa da trama. A hipótese que se tem é a de que esta trama apresenta uma variedade na configuração das relações afetivas, característica da contemporaneidade; a priori se tem a percepção de que esta novela apresenta novos formatos nas relações afetivas. As considerações finais e conclusões ponderam sobre o modelo de relações afetivas que não contribuem ao desenvolvimento social do indivíduo, reforçam relações falidas que servem de modelo comportamental às futuras gerações, ao mesmo tempo em que reafirma os modelos das relações tradicionais.
Palavras-chave: Televisão; Novela; Melodrama; Relações Afetivas.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.