Autor(a): Miguel Eugenio Minuzzi Vilanova
Orientador(a): Prof. Dr. Roberto Bazanini
Data: 11/06/2024
Resumo: Nas últimas décadas, conceitos como Environmental, Social and Governance – ESG e Stakeholder Capitalism ganharam destaque, tanto na produção acadêmica, quanto na prática organizacional. O Fórum Econômico Mundial, realizado em janeiro de 2020, na cidade de Davos, propôs um modelo de gestão para o século XXI baseado na incorporação dos princípios da ESG ao Stakeholder Capitalism, visando criar um ambiente de negócios mais sustentável e responsável. Nesse contexto, a proposta principal deste trabalho é investigar a importância dos princípios da ESG e dos pilares do Stakeholder Capitalism para a criação de valor na cadeia produtiva da carne bovina na região Sudoeste de Mato Grosso. Para abordar essa questão, foi desenvolvido um modelo de indicadores de sustentabilidade, o Modelo Vilanova e Bazanini, que incorpora especificidades regionais, buscando compreender como esses princípios podem ser aplicados para gerar valor para os stakeholders. A pesquisa utilizou métodos mistos (quali-quanti), incluindo entrevistas, questionários e análise de documentos, como relatórios de sustentabilidade das empresas frigoríficas. Para análise dos dados, foram utilizados softwares como ATLAS.ti e Microsoft Excel. A coleta de dados envolveu stakeholders representativos da cadeia produtiva da carne bovina. Os resultados apontam que, embora os princípios do Stakeholder Capitalism sejam ideais para um modelo de negócios mais inclusivo, na prática, a Doutrina do Interesse do Acionista ainda prevalece, com resistência a mudanças que desafiem práticas tradicionais, acompanhadas de outros fatores agravantes relacionados às práticas de greenwashing que mascaram ações não condizentes sob a rubrica de ações sustentáveis. O estudo sugere que uma abordagem regionalizada, com modelos que contemplem as especificidades locais, pode ser mais eficaz para combater práticas enganosas e promover ações efetivamente comprometidas com o desenvolvimento sustentável consoantes com a proposta de um capitalismo humanizado como proposto com o Manifesto de Davos.
Palavras-chave: Environmental, Social and Corporate Governance (ESG). Greenwashing. Stakeholder Capitalism. Modelo de indicadores de sustentabilidade.
Área de Concentração: Redes Organizacionais.
Linha de Pesquisa: Redes, Organizações e Sociedade.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Redes, Organizações e Sociedade.
Autor(a): Lídia Gerônimo da Cruz
Orientador(a): Prof. Dr. Ernesto Michelangelo Giglio
Data: 26/06/2024
Resumo: Revisão bibliográfica indica raridade de estudos sobre a governança colaborativa no processo de formação de redes. A literatura aponta um conjunto de variáveis para a formação de redes e coloca a governança como variável que aparece em etapa posterior, seja a colaborativa, ou outra classificação. A raridade pode estar associada à dificuldade de acompanhar uma rede desde o início de sua formação, ou de recuperar historicamente os fatos relevantes. Dessa forma, pouco se conhece sobre a governança colaborativa na formação das redes e sua influência sobre as outras variáveis citadas na literatura. Considerando a importância do tema de formação de redes, as indicações da literatura e os sinais iniciais de casos acompanhados pela pesquisadora, buscaram-se evidências de sustentação da tese de que a formação de uma rede de organizações pode ser explicada a partir da governança colaborativa, presente desde o início e realizando a integração das variáveis presentes. Como teoria de base, utilizam-se os conceitos da abordagem social de redes, políticas públicas de desenvolvimento local e governança colaborativa. Para investigar a tese, realizou-se uma pesquisa qualitativa, descritiva, exploratória, com casos múltiplos. Foram analisados quatro casos de redes em diferentes estágios de formação, utilizando-se os instrumentos de roteiro de entrevistas, o acompanhamento de reuniões e a coleta e a organização de dados de fontes secundárias. Os resultados indicaram a importância da governança colaborativa na formação de redes, em conjunção com a liderança. A presença dos dois fatores nos casos de Juruaia e da cooperativa Cooxupé explica o desenvolvimento da rede. A ausência da liderança e um fraco desenvolvimento da governança colaborativa explica o não desenvolvimento da rede do caso de calçados de Guaxupé. A presença de liderança e a ausência de governança colaborativa explicam o movimento que se iniciou e não continuou no caso dos empresários do negócio de condutores elétricos em Guaxupé. O resultado sustenta a tese da presença da governança colaborativa no início das redes, o que constitui um benefício teórico de avanço do conhecimento sobre as condições de nascimento de redes. Secundariamente, verificou-se a importância da presença da liderança, como fator integrador das variáveis, com a governança colaborativa. Como benefício metodológico, entrega-se um plano detalhado de como fazer pesquisa, colocando-se a governança colaborativa como variável eixo e as associações com as variáveis formadoras de redes locais. O resultado indica que a liderança pode ser colocada no mesmo nível de importância, no desenho da pesquisa. Em termos gerenciais, entrega-se um modelo de pensar e agir na formação e desenvolvimento de redes locais, com os indicadores a serem observados e as possíveis ações. O trabalho abre campo de investigação para estudos comparativos de casos de sucesso e fracasso em redes locais, dada a importância de investigar novos casos para validar essa tese e ajustar a matriz que inclui as variáveis de governança colaborativa e outras citadas como importantes no nascimento de redes.
Palavras-chave: Formação de redes; Governança colaborativa; Liderança; Indicadores; Acompanhamento; Moda íntima; Cooxupé.
Área de Concentração: Redes Organizacionais.
Linha de Pesquisa: Redes, Organizações e Sociedade.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Abordagens Sociais nas Redes
Autor(a): Roberto Bernardes Junior
Orientador(a): Prof. Dr. Retato Telles
Data: 04/12/2024
Resumo: Os avanços tecnológicos, resultantes das atuais transformações e mudanças sociais e econômicas, revelam um cenário de mercado cada vez mais competitivo e globalizado. Dentro deste novo paradigma, observa-se uma fragmentação crescente das cadeias de suprimentos, que oferecem aumento de valor aos seus atores, mas aumentam também a complexidade e a dependência entre eles, ampliando os riscos de interrupções.
Simultaneamente, o avanço de tecnologias disruptivas, como Big Data Analytics, Sistemas Ciberfísicos e Blockchain, fornece novas competências de gestão de processos. Assim, adotou-se, como problema de pesquisa, a compreensão de executivos sobre relação entre resiliência de cadeias de suprimentos e a tecnologia blockchain como antecedente da intenção de adoção desta tecnologia. Neste sentido, o objetivo geral deste estudo é investigar o impacto da compreensão desses atores sobre relação tecnologia blockchain como potencializadora da resiliência de cadeias de suprimentos e a intenção de adoção desta tecnologia. A pesquisa descritiva e quantitativa, com gestores operando em cadeias de suprimentos, sugere que os construtos produtividade e reatividade, associados a compreensão da relação blockchain-resiliência, constituem antecedentes significantes da intenção de adoção da tecnologia de blockchain em cadeias de suprimentos, enquanto o design das cadeias impacta indiretamente essa intenção via produtividade. Contribuições teóricas e gerenciais são oferecidas para apoiar gestores na adoção do blockchain, especialmente em ambientes competitivos. Entre as limitações, destacam-se o foco geográfico e o método quantitativo, indicando necessidade de estudos futuros que aprofundem qualitativamente a influência do design e barreiras contextuais, com potencial para transformar a eficiência e a resiliência das cadeias de suprimentos no longo prazo.
Palavras-chave: Environmental, Social and Corporate Governance (ESG). Greenwashing. Stakeholder Capitalism. Modelo de indicadores de sustentabilidade.
Área de Concentração: Redes Organizacionais.
Linha de Pesquisa: Estratégias e Operações em Redes.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Estratégias e Operações em Redes.