Este livro tem como base uma análise economicista da história da indústria têxtil no país. No entanto, nos 100 anos que se propõe a analisar o autor faz uma boa reconstituição histórica. Começa com transição do centro têxtil da Bahia (foi o primeiro centro têxtil do algodão) para o sul do país. Segue a explicação do autor:
"A concentração inicial da indústria nessa região pode ser atribuída à presença de matéria-prima, fontes de energia e mercados rurais e urbanos. Desde o fim do século XVIII a Bahia exportava algodão bruto, cultivado no interior do estado. Na época colonial, crescera em importância como centro produtor de açúcar, entreposto comercial e capital administrativa."(35)
Importante notar que devido ao seu tipo de abordagem relacionando energia e produção o autor justifica que as fábricas ficavam perto dos rios, pois não havia carvão para alimentar as indústrias.
Só no século XIX as fábricas de algodão se consolidam, principalmente porque a liberação da produção de tecidos (até então proibida) é liberada e o Brasil conquista uma pequena produção. Pouco ele fala sobre o uso e o destino dos tecidos no Brasil, quando o coloca fala sobre os que mais são produzidos no país: tecidos grossos de algodão
" ... roupa para trabalhadores, escravos e livres, da cidade e do campo; panos para ensacar açúcar e, particularmente, o café exportado em quantidade cada vez maior."
Interessante também é sua colocação que o Brasil não é um produtor de tecidos de algodão, mas um fornecedor de matéria prima para a Inglaterra:
"Entre 1780 e 1820, o Brasil destacou-se como importante fornecedor para as fábricas têxteis inglesas." (57)
Dentro do século XIX possui a rivalidade dos tecidos importados, que não colocam a qualidade e sim a aparência como dado que seduz o consumidor (77). O acesso deste consumidor a esses luxos se dá via Casas Importadoras, quase todas localizadas na Corte (Rio de Janeiro).