Metáfora e Psicologia: uma relação perigosa?

Obra: Metáfora e Psicologia: uma relação perigosa?
Autor: Iray Carone

Resumo

Esta pesquisa tem por objeto o estudo e a análise epistemológica de posições antimetafóricas presentes, embora de maneira não ostensiva, em teorias psicológicas recentes e de grande aceitação nos meios científicos e acadêmicos. Embora a crítica das ciências tenha demonstrado, há muito tempo, que a linguagem científica nunca foi isenta do uso cognitivo de metáforas, e que as próprias teorias científicas podem ser encaradas como grandes metáforas sobre o que se constrói como realidade (seja ela a natureza física, o mundo social, a psique, o inconsciente, etc.), ainda assim estão mantidas as crenças positivistas sobre o “caráter impróprio” da linguagem figurada nas ciências. Estudos recentes têm mostrado não só a fragilidade dessas posições, como também a utilidade da linguagem por analogia e imagens em todas as ciências, incluída a psicologia. A primeira fase da pesquisa consiste na discussão das posições epistemológicas antimetafóricas, tais como o empirismo clássico, o positivismo comteano e o neopositivismo. A segunda fase é a análise e a demonstração da existência de metáforas e de posições antimetafóricas nas teorias psicológicas, tais como o behaviorismo, a psicologia cognitiva e a psicanálise.